Já são 3:40 da manhã, Laura dormia mal, o lençol insistia em se desarrumar sobre seu corpo, mãe solteira desde os vinte e poucos anos, era a responsável pelo único meio de sustento da casa, já na idade de se aposentar, não podia se dar a esse "luxo".
Na frente de casa o filho mais velho tenta abrir a porta com dificuldade, entra tropeçando no tapete que estava dobrado, Laura levanta, não era a primeira vez que aquilo acontecia, anda calmamente até a sala onde vê seu filho sentado no braço do sofá tentando se equilibrar, ele havia bebido de novo.
Os latidos dos cachorros da vizinhança entravam nos ouvidos de Laura, o corpo dolorido indicava a falta de sono das últimas semanas, voltou ao quarto para buscar os óculos, da mesma maneira calma retornou à sala. Do seu repertório de mãe, já haviam esgotados as palavras, broncas e sermões, apenas parou por alguns segundos e olhou para seu filho, só conseguiu obter desprezo como resposta.
Aproximou-se e colocou a mão sobre a sua cabeça, ele fechou os olhos e se curvou diante da mãe, não havia nada para ser feito, não naquela hora.
Laura virou seu olhar para o alto, em cima do batente da porta que vai para a cozinha percebeu uma pequena infiltração de água, fechou os olhos e assim permaneceu.
Abraços.
(Postado originalmente no meu antigo blog dia 21/05/09)
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